“Meu quintal virou um cemitério. Para todo
lugar que eu olho, vejo covas das pessoas mortas na chacina", disse a
aposentada Joana Gomes de Carvalho, mãe de Bartolomeu Gomes, uma das vítimas do
crime que ocorreu no dia 18 desse mês em Alegrete do Piauí, a 379 km ao Sul do
Piauí.
Nesta terça-feira (25) completa uma semana do crime
que chocou a população do povoado Boa Vista, zona rural de Alegrete. A chacina
deixou seis pessoas de uma mesma família mortas. O casal de idosos, Cícero
Domingos de Carvalho e Francisca Luiza de Carvalho, ambos de 63 anos, a filha
Sílvia Francisca de Carvalho, 43 anos, o filho adotivo Sildo Cícero de
Carvalho, a neta Maria do Socorro de Carvalho, 23 anos, foram enterrados em
covas feitas no terreno da família. Já Bartolomeu Gomes de Carvalho, foi
enterrado no cemitério da comunidade, a poucos metros da residência de seus
pais.
Familiares das vítimas ainda estão bastante
abalados e com medo de tudo que aconteceu. "Meu marido está com problema
de pressão e eu também. Vamos tentar seguir a vida, mas será tudo mais difícil
sem nosso filho. Ele morava com a gente e tínhamos o auxílio dele para realizar
as tarefas de casa e agora como será?", interrogou Joana Gomes.
Domingos
de Carvalho (foto), pai de Bartolomeu Gomes, disse ao G1 que se sente
culpado pela morte do filho, pois teria pedido para ele ir ao local saber o que
estava acontecendo ao ouvir os primeiros disparos.
"Os
tiros que mataram meu filho e mais cinco, me mataram também. Me sinto culpado
por meu filho ter morrido, pois pedi para ele ir ao local saber o que estava
acontecendo e mataram ele também”, desabafou.
O
homem disse ainda que foi muito chocante ter que enterrar seu filho. "Fui
obrigado a enterrar meu único filho, dessa forma a lei natural da vida se
inverteu", disse.
Menos
de 24 horas após o crime, a polícia conseguiu prender cinco pessoas que teriam
cometido a chacina. As prisões ocorreram na região da cidade onde aconteceu o
crime.
De
acordo com o secretário de segurança Fábio Abreu, existem indícios encontrados
no local do crime, que ligam os suspeitos à chacina. Ainda segundo o
secretário, os suspeitos foram encontrados na região a partir da investigação
da polícia que levantou informações com vizinhos.
“Existem fortes indícios de que essas pessoas possam estar envolvidas no crime porque há elementos encontrados pela perícia na cena do crime que permitem fazer essa ligação”, falou. Todas as pessoas permanecem presas.
“Existem fortes indícios de que essas pessoas possam estar envolvidas no crime porque há elementos encontrados pela perícia na cena do crime que permitem fazer essa ligação”, falou. Todas as pessoas permanecem presas.
Vítima era monitorada
Maria do Socorro de Carvalho, 23 anos, uma das vítimas da chacina ocorrida em Alegrete do Piauí na noite da terça-feira (18), vinha sendo monitorada pela polícia por ser suspeita de cometer dois assassinatos na região. Segundo o comandante geral da Polícia Militar do Piauí, Carlos Augusto, a jovem era investigada pelas mortes de um professor, no mês de junho, e de uma amiga dele, em 2012, no município de Padre Marcos.
"O professor identificado como George Francisco Carvalho era testemunha do homicídio cometido por Maria do Socorro e ia depor contra ela pela morte da amiga Cinara Ramos. As duas disputavam pontos de vendas de drogas na região, o que teria motivado o crime", contou.
Na semana passada, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Maria do Socorro de Carvalho, que chegou a ser conduzida à Delegacia de Alegrete. Na ocasião, Sildo Cícero de Carvalho, tio da mulher e também uma das vítimas da chacina, assumiu ser o proprietário das cinco armas encontradas e foi liberado após pagar fiança.
Conforme a polícia, Sildo não tinha termo de posse legal das armas: três rifles e dois revólveres calibres 32 e 38 foram achados na casa.
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