Queiroz dever ser afastado do partido após declarações.
Adelcimar Carvalho e Tácita Muniz Do G1 AC

Queiroz diz que não filia homossexuais porque não concorda com a prática (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)
O representante do Partido Socialismo e Liberdade, o PSOL, em Cruzeiro do Sul, José de Queiroz, de 64 anos, provocou polêmica ao declarar que não irá permitir a filiação de homossexuais ao partido. Ao G1, nesta sexta-feira (2), Queiroz, que é cotado para disputar a prefeitura da segunda maior cidade do Acre, tentou se explicar. Segundo ele, a agremiação possui sete pessoas que são livres para filiar qualquer pessoa, porém, ele diz não aceitar a "prática homossexual". A posição provocou reação no PSOL regional que emitiu uma nota afirmando que Queiroz não tem autorização para falar em nome do partido.
"Aceitamos filiação, desde que sejam de pessoas decentes e idôneas e que não tenham passado sujo. Porque quem nasceu filho da santa, continua filho da santa, e quem é filho da outra, continua sendo filho da outra. Como pessoa, eu não filio homossexuais, mas o partido é livre para aceitar qualquer pessoa. Por isso é PSOL, onde o sol nasce para todos", disse José de Queiroz ao argumentar sua posição.
De acordo com Queiroz, ele é um dos pré-candidatos do partido à prefeitura de Cruzeiro do Sul em 2016. Com declarações contraditórias, ele afirma que não é contra os homossexuais, mas que não lhes permite a filiação.
"Não interessa a posição e sexo ou a maneira que ele queira agir, porque cada um é dono de si. Porém, eu como evangélico, digo que não concordo com isso, mas tem sete pessoas e cada um filia quem quiser. A prática é que não aceito, mas tenho muitos amigos homossexuais, que a gente se dá muito bem. Mas, não concordo filiar gente assim", enfatizou.
O presidente regional do partido, Jamyr Rosas, informou ao G1, que Queiroz não é diretor do partido, como se apresentou. Segundo ele, o processo de filiação estava correndo, mas depois das declarações, ele deve sofrer sanções.
"A gente repudia veemente essas declarações, não aceitamos e ele vai passar por sanções. Agora ele deve ser afastado e o processo vai ser encaminhado para o conselho de ética. Ele não tinha autorização para falar como presidente, não existe direção montada na cidade. Não tinha autorização para dar entrevistas", enfatizou.
Em nota, o PSOL regional informou ainda que o pedido de filiação de Queiroz foi feito em junho de 2015 e ainda estava sendo analisado. "Por fim, defendemos o direito e a liberdade de cidadão e não aceitamos nenhum tipo de preconceito e discriminação, seja ele racial, religioso, de gênero ou orientação sexual", aponta.
A Associação dos Homossexuais do Acre (Ahac) também se manifestou e informou que "fez toda a articulação para fazer chegar a informação ao partido nacionalmente". O presidente da Ahac, Germano Marino, declarou que Queiroz se mostrou despreparado para estar a frente do partido.
"Esse senhor demonstra ser uma pessoa despreparada para estar à frente de um partido de esquerda. Vamos procurar os meios legais para representação contra essa discriminação e incitação à exclusão que gera violência”, finalizou.
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