Moro não vai investigar o listão da Odebrecht que denuncia tucanos e membros da oposição ao governo Dilma

juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, libertou neste sábado (26) nove presos da Operação Xepa, cujo foco foi a empreiteira
Odebrecht, e decidiu declinar de sua competência e remeter a
investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Antes, porém, Moro
oficiou o Ministério Público Federal para que se pronuncie acerca da
decisão pelo encaminhamento a instância superior.
O magistrado
paranaense, assim, repassaria à instância superior os autos relacionados
ao “Listão da Odebrecht”, que revelou financiamento de campanhas de
mais de 200 políticos de todos os partidos, notadamente de raposas
felpudas da oposição. Segundo Moro, não é possível determinar se os
pagamentos que aparecem na lista são legais ou ilegais e, por envolver
pessoas com foro privilegiado, não lhe caberia a investigação.
"Decidirei a
questão na próxima segunda-feira, mas é provável a remessa de ambos os
feitos à Egrégia Suprema Corte diante da apreensão na residência do
executivo Benedicto Barbosa da Silva Júnior de planilhas identificando
pagamentos a autoridades com foro privilegiado", escreve o juiz em seu
despacho.
No listão,
apreendido com o presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto
Barbosa da Silva Junior, apareceram os nomes dos principais líderes do
impeachment, como Aécio Neves e José Serra (PSDB), Paulinho da Força
(SD), Roberto Freire (PPS), Antonio Imbassahy (PSDB), Agripino Maia
(DEM), Cássio Cunha Lima (PSDB) e muitos outros.
Os detidos em
prisão temporária, cujo prazo (não renovado) vence neste sábado, são
Alvaro José Galliez Novis, Antônio Claudio Albernaz, Antônio Pessoa de
Souza Couto, Isaias Ubiraci Chaves Santos, João Alberto Lovera, Paul
Elie Altit, Roberto Prisco Paraíso Ramos, Rodrigo Costa Melo e Sergio
Luiz Neves.
Dentre os
libertos, chama a atenção o nome de Sérgio Neves, a pessoa que poderia
envolver o senador e presidente do PSDB Aécio Neves em ilícitos
relacionados à empreiteira.
Um diálogo de
19 de setembro de 2014 entre Marcelo Odebrecht e Benedicto Junior trata
de uma doação de R$ 15 milhões para um personagem identificado como
"Mineirinho" Os recursos são viabilizados por Sergio Neves, diretor da
construtora em Minas Gerais, para que ele repasse a uma pessoa
identificada como "Oswaldo".
Ao que tudo
indica, trata-se de Oswaldo Borges da Costa Filho, um dos personagens
mais próximos ao Aécio e que foi nomeado por ele presidente da
Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). Oswaldo é um dos
donos do jato usado pelo presidente nacional do PSDB em seus deslocamentos pelo país.
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