quarta-feira, 5 de outubro de 2016

No PI, greve dos bancários completa 4 semanas com adesão de quase 90%

Segundo o sindicato, ainda não tem data para uma nova negociação.
Bancários seguiram orientação nacional e paralisaram desde 6 de setembro.

Juliana BarrosDo G1 PI
Longas filas nos caixas de atendimento por causa da grave dos bancários (Foto: Julaian Barros/G1)

A greve dos bancários completou quatro semanas nesta terça-feira (4) e, segundo o Sindicato dos Bancários do Piauí, o movimento já tem adesão de quase 90% das agências em todo o estado e o objetivo do sindicato é aumentar o número de adesões. Os bancários seguiram orientação nacional e entraram em greve no dia 6 de setembro.

Durante o movimento, a determinação da Justiça é que as agências mantenham pelo menos 30% do atendimento. No entando, a quantidade não é suficiente e na manhã desta terça o G1 pôde observar longas filas acaba por formar longas filas nos espaços de autoatendimento, assim como nas lotéricas e correspondentes bancários.

A aposentada Maria Gomes, de 78 anos, disse que ainda não conseguiu receber o dinheiro de agosto e que nem a espera nas longas filas tem conseguido resolver. “Já é a quinta vez ou mais que venho no banco para tentar receber o meu dinheiro, mas ainda não consegui. A informação que deram é que encerraria depois das eleições, por isso eu vim aqui hoje na esperança, mas não consegui resolver. Eu tenho 78 anos e venho de José de Freitas para receber o dinheiro”, reclamou.
Chagas Costa teve a senha do cartão bloqueada
(Foto: Juliana Barros/G1)

O agente de portaria Chagas Costa contou que é a favor da greve e apoia a reivindicação da categoria, mas espera que algo seja feito para não atrapalhar tanto a vida da população.
Dona Maria do Carmo , funcionária pública
(Foto: Juliana Barros/ G1)

“A senha do meu cartão foi bloqueada e com essa greve eu não consigo desbloquear, já não sei mais o que fazer. Tenho também um problema com um cheque que foi estornado no dia 22 de setembro e nem resgatar o cheque eu consigo para que a empresa deposite o valor. O movimento é válido e tem o meu apoio, mas parar tudo atrapalha muito a nossa vida”, disse.

Nas Casas lotéricas as filas e reclamações também estão presentes. A funcionária pública Maria do Carmo disse que vem tentando fazer um pagamento de renovação de penhor de joias e depois de não conseguir resolver no banco apelou para a casa lotérica.

“Até mesmo aqui na lotérica eu não consegui resolver e já vence amanhã (5). Eu recebi a informação que quando acabar a greve eu tenho até dois dias para pagar sem juros, mas eu trabalho e tenho apenas o horário do almoço, vou ter que perder o dia todo de trabalho, pois deve ter muita gente na mesma situação. É uma dor de cabeça”, lamentou.

Segundo o Sindicato dos Bancários o objetivo agora é aumentar o número de adesões para forçar uma negociação. “Ontem, em assembeia para avaliar o movimento, chegamos à conclusão que precisamos aumentar o número de adesões, vamos passar pelas agências e conversar com os bancários para ganhar mais peso para o nosso movimento. O objetivo é forçar uma negociação, pois a greve passa a ter um impacto maior em todo o Brasil”, disse o presidente do sindicato Arimateia Passos.


Até esta terça-feira (4) 145 agências já aderiram o movimento e um total de 162 em todo o estado. No dia 28 de outubro, os bancários se reuniram com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas o encontro terminou sem acordo, e os grevistas decidiram manter a paralisação. Ainda não tem uma data para uma nova reunião com a Fenabran e a expectativa do sindicato é que com as novas adesões uma nova reunião seja marcada até a próxima sexta-feira (7).

Negociações
A Fenaban (que representa os bancos) ampliou na quarta-feira (28) a oferta de abono para R$ 3,5 mil, com mais 7% de reajuste, extensivo aos benefícios. Também propôs que a convenção coletiva dure dois anos, com garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e mais 0,5% de aumento real.

Segundo a Fenabam, a proposta "garante aumento real para os rendimentos da grande maioria dos bancários e é apresentada como uma fórmula de transição, de um período de inflação alta para patamares bem mais baixos".

A proposta, no entanto, foi recusada. A categoria já havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban - de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.

Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.

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