Apenas 230 deputados votaram com a favor do governo, e 163 contra

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Apenas 230 deputados votaram com o governo, com 163 contra.
Era preciso o
voto de pelo menos 257 dos 513 deputados para que a reforma tramitasse
em regime de urgência. O placar revelou uma relevante traição na base de
apoio de Temer.
A derrota é
simbólica porque o Palácio do Planalto queria usar a aprovação da
reforma trabalhista como exemplo de que tem votos suficientes para
aprovar a outra prioridade legislativa de Temer em 2017, a reforma da
Previdência. Por ser emenda à Constituição, ela precisa de mais votos
ainda (60% dos deputados).
Com a
rejeição da tramitação em regime de urgência, a reforma só deve ser
votada na comissão especial da Câmara em cerca de duas semanas. O
governo queria aprová-la na comissão e no plenário já na semana que vem.
A derrota deve atrasar a tramitação também da reforma da Previdência.
O texto muda
vários pontos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e traz, entre
os principais pontos, a prevalência de negociações entre patrões e
empregados sobre a legislação e o fim da contribuição sindical
obrigatória.
'DESGRAÇA'
A oposição
protestou durante toda a sessão, afirmando que a base de apoio de Temer
quer precarizar os direitos trabalhistas. Deputados portaram cartazes
com referências às delações da empreiteira Odebrecht e afirmando que a
aprovação do requerimento é um golpe contra os trabalhadores.
O ápice do
protesto aconteceu quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
se levantou momentaneamente de sua cadeira. A ex-prefeita de São Paulo
Luiza Erundina (PSOL-SP), que é da oposição, se sentou rapidamente no
lugar de Maia anunciou ao microfone: "Passo a palavra ao deputado
Rogério Marinho (PSDB-RN), que é o relator dessa desgraça."
Maia retomou a presidência logo depois.
"Alcançamos
uma vitória talvez inimaginável, não imaginávamos que fossemos
conquistar essa vitória. Mostramos que não aceitávamos retirar direitos
dos trabalhadores para retirar o foco da corrupção, a base do governo
ficou nervosa, se desesperou e foi derrotada. Se a reforma trabalhista
não alcança maioria absoluta, imagina a reforma da Previdência", afirmou
Alessandro Molon (Rede-RJ).
"Era
necessário que aguardasse que mais deputados votassem. Os deputados que
tomaram de assalto a bancada podem ter tido alguma influência", disse o
relator Rogério Marinho, se referindo ao protesto comandado por
Erundina, entre outros.
Fonte: JL/Folha
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