Ministro também afirmou que "Michel Temer deveria ter tido a honradez de deixar a Presidência"

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Em entrevista
divulgada nesta sexta-feita (1º), pelo Valor Econômico, o jurista
comentou a falta de mobilização popular contra Michel Temer, que
tornou-se o primeiro presidente do país a ser acusado de um crime no
exercício da função.
"Acho que os
brasileiros estão cansados de tudo isso, da instabilidade e dessas
manipulações indecentes que são feitas. As pessoas estão na luta pela
sobrevivência. Afinal de contas, são 13 milhões de desempregados. A
prioridade é sobreviver", disse.
Ele também
criticou o que chama de "balbúrdia institucional que se instalou no
Brasil". "Nosso país foi sequestrado por um bando de políticos
inescrupulosos que reduziram nossas instituições a frangalhos. Em nenhum
país do mundo um chefe de governo permaneceria um dia sequer no cargo
depois de acusações tão graves quanto aquelas que foram feitas contra
Temer. O Brasil entrou numa fase de instabilidade crônica, da qual
talvez só saia em 2018", considerou.
Sem mencionar
nenhum de seus colegas, o ministro antecipou o engavetamento das ações e
soltou o verbo contra os pesos e medidas da Câmara dos Deputados. "Eles
instauraram no Brasil a ordem jurídica deles, e não a das nossas
instituições. O Brasil teve um processo de impeachment controverso e
patético e o mundo inteiro assistiu. A sequência daquele impeachment é o
que estamos vendo hoje. Não há parâmetro de comparação entre a
gravidade dos fatos. Michel Temer deveria ter tido a honradez de deixar a
Presidência".
Sobre a
possibilidade de o país adotar o parlamentarismo, ele foi pragmático.
"Essa gente é tão sem escrúpulo que vai tentar impor o parlamentarismo
para angariar a perpetuação no poder e se proteger das investigações.
Esse é o plano. Seria mais um golpe brutal nas instituições".
Cobiçado pela
Rede e apontado como nome ideal para formar uma chapa com Marina Silva,
que, aliás, entrou em campo pessoalmente para tentar convencê-lo,
Barbosa negou a intenção de entrar na vida política. "Não, não sou [
candidato]", respondeu, de forma rápida e curta.
O
ex-ministro, no entanto, confirma que se encontrou com Marina, em duas
ocasiões. Mas ela não foi a única que "cortejou" Barbosa, um emissário
de Lula e dirigentes do PSB também o procuraram. No caso do partido, a
tentativa era fazê-lo ir aos festejos dos 70 anos da sigla. Não
conseguiram.
Além desses,
lideranças evangélicas com mandato político também simpatizam com o
jurista, apoiados na religiosidade da mãe de Barbosa, dona Benedita, que
é da Assembleia de Deus. Ele, porém, não professa religião. Orgulha-se,
em sua passagem pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de ter feito
prevalecer a união homoafetiva, que enfrentava a resistência de juízes e
cartórios.
Outro motivo
de orgulho vem também de um episódio vivido pelo ex-ministro à frente do
conselho. Ao visitar uma cadeia no Amazonas, ouviu um grito lá de
dentro: "Negão, tu foi o primeiro que botou branco rico na cadeia".
Fonte: JL/Notícias ao Minuto
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