Ceará vive onda de ataque com mais de 190
ações criminosas. Em alguns casos, bandidos usaram explosivos em pontes,
viadutos, concessionárias e prédio públicos e privados
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Polícia
Civil do Ceará apreendeu neste sábado (12) toneladas de explosivos que
seriam utilizados em ataques criminosos no estado.
Cinco suspeitos,
todos membros de uma facção criminosa com atuação em todo o Brasil,
foram presos no local onde o material foi achado, no Bairro Jangurussu,
na periferia de Fortaleza.
Segundo
a Polícia Civil, policiais cumpriam na manhã deste sábado mandados de
prisão contra suspeitos de homicídio e de ataques ao patrimônio público.
No local, a equipe de segurança obteve informações de que o bando
escondia o material explosivo.
A
estimativa inicial é de que o depósito dos criminosos contém cerca de
cinco toneladas de material utilizado para fazer dinamites, de acordo
com a Secretaria da Segurança Pública. O explosivo estava contido em
embalagens com o símbolo de "explosivo" e o alerta de "perigo" em três
idiomas.
Os policiais apreenderam também munição e um carregador de pistola.
Ainda
conforme policiais civis, parte da carga já havia sido utilizada nos
ataques que ocorrem há 11 dias no Ceará. Em alguns dos crimes, bandidos
usaram explosivos em pontes, viadutos, delegacias, numa torre de
telefonia e em uma torre de distribuição de energia elétrica.
Sequência de ataques
A
onda de violência no estado chegou ao 11º dia seguido com 194 ataques
confirmados em 43 municípios. Desde o início da sequência de crimes, 35
membros de facções criminosas foram transferidos para presídios
federais, de acordo com o Ministério da Justiça.
Membros
de facções rivais se uniram contra o governo após o secretário da
Administração Penitenciária do Ceará, Mauro Albuquerque, anunciar mais
rigor na fiscalização dos presídios.
Mauro
Albuquerque, ao assumir o cargo criado em 1º de janeiro deste ano,
prometeu acabar com a entrada de celulares nas prisões e com a divisão
de presos segundo a facção à qual pertencem. Os ataques são uma
tentativa de fazer com que o estado recue.
O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou nesta sexta-feira (11) que "não há recuo".
Ações do estado contra a violência
Camilo
Santana também destacou que vai apresentar um projeto de lei que
beneficia pessoas que denunciarem autores de ataques violentos no
estado. O projeto será votado neste sábado, em uma sessão
extraordinária, durante o recesso parlamentar.
A
Lei da Recompensa prevê pagamento em dinheiro por informações
repassadas pela população à polícia e que resultem na prevenção de atos
criminosos e prisão de bandidos envolvidos nas ações.
O
governador anunciou também um pacote de medidas contra os ataques, que
incluem a convocação de policiais da reserva e a autorização de
pagamento de hora extra além do que é permitido atualmente. Para
efetivar as mudanças, é preciso de aprovação na Assembleia Legislativa,
onde o governador tem ampla maioria do apoio.
Entenda o que está acontecendo no Ceará
- O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.
- O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.
- Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior ao longo da semana.
- O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.
- A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.
-
Onda de violência afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair.
Fonte: JL/Globo
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