Entre os criminosos que serão
remanejados de São Paulo para três penitenciárias federais, está
Marcola, apontado como chefe da facção.
Líderes do Primeiro Comando da Capital
(PCC) estão sendo transferidos para os presídios federais de Brasília,
Mossoró (RN) e Porto Velho (RO) nesta quarta-feira (13/2). Entre eles, o
chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que será
levado para a capital de Rondônia.
Desde as 7h, a Polícia Federal organiza o
transporte dos presos. Cerca de 30 agentes do Comando de Operações
Táticas (COT), grupo de elite da corporação, estão mobilizados no
Distrito Federal. A ação, batizada de Operacão Imperium, também conta
com reforço de aeronaves. Ao todo. são 22 detentos, que estavam no
Presídio de Presidente Venceslau, em São Paulo.
Por meio de nota, o Ministério da
Justiça ressaltou que os presos estão sendo escoltados pelo
Departamento Penitenciário Federal (Depen) e pela Polícia Militar de São
Paulo para as penitenciárias federais. “O isolamento de lideranças é
estratégia necessária para o enfrentamento e o desmantelamento de
organizações criminosas”, diz a pasta.
O governo federal soltou um decreto
específico autorizando o uso das Forças Armadas no entorno dos presídios
de Rondônia e Rio Grande do Norte para onde será remanejada a cúpula do
PCC. O trabalho integrado de transferência, que foi autorizada pela
Justiça, conta com a atuação das polícias Militar, Civil e Secretaria de
Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Força Aérea
Brasileira (FAB), Exército Brasileiro, Coordenação de Aviação
Operacional e Comando de Operações Táticas da Polícia Federal, além da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Agência Brasileira de Inteligência
(Abin).
Operação Echelon
A transferência ocorre após a Polícia
Civil e o Ministério Público de São Paulo constatar, por meio da
Operação Echelon, deflagrada em junho do ano passado, a expansão do PCC
pelo Brasil e em cinco países da América do Sul – Bolívia, Colômbia,
Guiana, Paraguai e Peru.
O fortalecimento da facção levou à
reação de gangues locais, aliadas ao Comando Vermelho, iniciando uma
guerra que atinge principalmente os estados do Norte e do Nordeste do
país. Depois de São Paulo, as unidades da Federação com maior
concentração de integrantes do PCC são, de acordo com o Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Paraná (2.829), Ceará
(2.582) e Minas Gerais (1.432). A polícia também descobriu que Marcola
elaborava um plano para fugir da prisão em São Paulo com ajuda de um
“exército de mercenários”.
Desde novembro do ano passado, já havia
previsão de transferência dos membros do PCC para unidades federais,
após a descoberta de um plano de resgate de Marcola e de mais
integrantes da facção do Presídio de Presidente Venceslau Presídio novo
O Presídio Federal de Brasília foi
inaugurado em outubro de 2018. Os três primeiros detentos a ocuparem a
penitenciária integram o PCC. O trio estava encarcerado em uma cadeia
federal na cidade de Porto Velho, em Rondônia.
De acordo com investigações da PF,
Roberto Soriano, Wanderson Lima e Abel de Andrade são suspeitos de
organizarem uma série de ataques contra forças de segurança em pelo
menos seis estados do país. O plano foi descoberto e as prisões foram
feitas antes que os atentados ocorressem. Eles são apontados como
membros do alto escalão da organização criminosa. Os três foram
colocados na única ala que foi inaugurada. Ela conta com 50 celas
individuais erguidas em uma estrutura de concreto armado e monitorada 24
horas por dia.
Na unidade prisional, que fica no
Complexo Penitenciário da Papuda, há circuito de câmeras com
transmissões em tempo real, além de sensores de movimento e alarmes.
Segundo o Depen, o sistema conta com equipamentos capazes de identificar
drogas e explosivos nas roupas dos visitantes, detectores de metais e
sensores de presença, entre outras tecnologias.
Cada preso ficará em uma cela individual
de 6m² e terá direito a duas horas de banho de sol por dia. Advogados e
amigos poderão visitar os detentos no parlatório, enquanto os
familiares terão acesso ao pátio. Será proibido o acesso a televisores,
rádios e qualquer outro tipo de comunicação externa.
Os presídios federais cumprem
determinações da Lei de Execução Penal (LEP) e começaram a ser
construídos em 2006. As unidades recebem detentos, condenados ou
provisórios, de alta periculosidade. O isolamento individual é destinado
a líderes de organizações criminosas, presos com histórico de crimes
violentos, responsáveis por fugas e rebeliões, réus colaboradores e
delatores premiados.
Além da Penitenciária Federal de
Brasília, existem outras quatro de segurança máxima no país: Catanduvas
(PR), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Com informações do Metrópoles
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