Operação tem o objetivo de combater e desarticular um grupo criminoso que atuava no município gerando prejuízo ao erário público
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu, no início da manhã desta terça-feira (03/12), o prefeito de Bertolínia, Luciano Fonseca (PT), em cumprimento a um mandado de prisão preventiva.

Segundo
o Gaeco, além do gestor da cidade foram presos por mandado de prisão
temporária a esposa dele, Ringlasia Lino Pereira dos Santos, Eliane
Maria Alves da Fonseca, mãe do prefeito, Richael Sousa e Silva, primo do
prefeito, Aluízio José de Sousa, pai do prefeito, Max Weslen Veloso de
Moraes Pires, procurador do município, Rodrigo de Sousa Pereira,
assessor especial do prefeito, Ronaldo Almeida Fonseca, comissionado no
município, e Kairon Tácio Rodrigues Veloso, primo do procurador da
cidade.
Em nota, o Gaeco disse que a operação tem o objetivo de
combater e desarticular um grupo criminoso que atuava no município
gerando prejuízo ao erário público.
Ainda de acordo com o Gaeco, o
promotor responsável pelo caso solicitou que o prefeito fosse afastado
imediatamente das funções públicas e notificou o presidente da Câmara da
cidade para que seja dada posse ao vice-prefeito.
O desembargador
Edvaldo Pereira de Moura fez o despacho da decisão na tarde dessa
segunda-feira (02/12) e autorizou ainda o recolhimento dos aparelhos
celulares dos alvos da operação e que seja feita uma perícia nas contas
de WhatsApp e a quebra de cofre se existir nas residências dos
envolvidos.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
Segundo o Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o prefeito de
Bertolínia, Luciano Fonseca, seria o chefe da organização e tinha
informação de tudo que era feito.
A esposa do prefeito, Ringlasia Lino Pereira dos Santos,
teria sido autorizada a movimentar as contas municipais e seria
responsável por fazer as transferências irregulares e de ter recebidos
valores significativos em sua conta pessoal.
Ela já ocupou
diversos cargos no município, como diretora do Hospital Municipal Rita
Martins, secretaria de finança e da assistência social.
Aluízio José de Sousa,
pai do prefeito e dono de uma farmácia na cidade, teria recebido
valores de grande importância financeira de pelo menos duas empresas, a
Attanasio Veículos e Construtora Aparecida LTDA, que, segundo o Gaeco,
seria supostamente de recursos públicos desviados. As empresas são de
Kairon Tácio e Richael Sousa.
Eliane Maria Alves da Fonseca,
mãe do prefeito e secretária de saúde do município, estaria envolvida
no desvio de uma ambulância e teria sido dada como forma de pagamento em
um débito do filho (prefeito) a Jorge Rodrigo de Almeida Castro,
segundo o Gaeco, que afirma ainda que ela seria uma das principais
operadoras do esquema criminoso.
O Gaeco disse ainda que Eliane
Alves movimentou entre os anos de 2013 e 2018 a quantia de R$
5.789.329,00 (quase seis milhões de reais) em sua conta bancária através
de transações com as empresas Attanasio Veículos e Construtora
Aparecida LTDA.
Richael Sousa e Silva, primo do
prefeito, foi contratado pela prefeitura de Bertolínia e chegou a
receber R$ 212.799,00 da prefeitura que seria de consultoria e
assessoria jurídica do município. Ele ainda é sócio da empresa Attanásio
Silva Veículos, que mantinha contrato fictício de locação de veículos
para a prefeitura com objetivo de lavar o dinheiro desviado, segundo o
Gaeco.
Max Weslen Veloso de Moraes Pires,
procurador do município, seria um dos principais operadores do esquema
criminoso. De acordo com as investigações, Max preparava a documentação
jurídica com aparência de legal aos contratos de licitações
fraudulentas. Ele é acusado de lavagem de dinheiro, desvio de recursos
públicos e fraude em licitação em valores que ultrapassam R$ 5 milhões.
Kairon Tácio é
sócio-administrado da empresa Construtora Aparecida LTDA e é
ex-funcionário dos posto San Matheus (empresa investigada). O Gaeco diz
que a empresa prestava serviço de limpeza pública e que movimentou no
período da investigação R$ 1.707.324,00 (mais de um milhão) e que Kairon
fez diversos repasses a Max Weslen e Richael Sousa. Na empresa não há
informações da existência de funcionários, ou seja, para o Ministério
Público, era uma empresa que servia para lavar o dinheiro desviado.
Rodrigo de Sousa Pereira,
assessor especial do prefeito, ocupava anteriormente o cargo de diretor
do Departamento de Transporte e Serviços Gerais do município e que
mesmo com a remuneração de R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais)
movimentou R$ 1.309.541,75 (mais de um milhões de reais) através das
empresas investigadas pelo MP.
Ronaldo Almeida Fonseca,
comissionado no município é contratado do município para a limpeza
urbana, mesmo o município já possuir um contrato com a empresa
Construtora Aparecida com a mesma finalidade. Ele alega que movimentou
apenas R$ 56.622,00 (pouco mais de cinquenta mil reais), mas o MP apurou
que essa movimentação em suas contas bancárias foram bem maior chegando
a R$ 3.794.257,30 (quase quatro milhões de reais).
OUTRO LADO
O OitoMeia tentou ouvir a defesas de todos os citados nas investigações, porém ninguém fon encontrado para falar sobre o caso.

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