terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Prefeito de Bertolínia, esposa, pais, primo e mais são presos em operação do Gaeco no Sul do Piauí

Operação tem o objetivo de combater e desarticular um grupo criminoso que atuava no município gerando prejuízo ao erário público 

Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu, no início da manhã desta terça-feira (03/12), o prefeito de Bertolínia, Luciano Fonseca (PT), em cumprimento a um mandado de prisão preventiva.

Segundo o Gaeco, além do gestor da cidade foram presos por mandado de prisão temporária a esposa dele, Ringlasia Lino Pereira dos Santos, Eliane Maria Alves da Fonseca, mãe do prefeito, Richael Sousa e Silva, primo do prefeito, Aluízio José de Sousa, pai do prefeito, Max Weslen Veloso de Moraes Pires, procurador do município, Rodrigo de Sousa Pereira, assessor especial do prefeito, Ronaldo Almeida Fonseca, comissionado no município, e Kairon Tácio Rodrigues Veloso, primo do procurador da cidade.
Em nota, o Gaeco disse que a operação tem o objetivo de combater e desarticular um grupo criminoso que atuava no município gerando prejuízo ao erário público.

Ainda de acordo com o Gaeco, o promotor responsável pelo caso solicitou que o prefeito fosse afastado imediatamente das funções públicas e notificou o presidente da Câmara da cidade para que seja dada posse ao vice-prefeito.

O desembargador Edvaldo Pereira de Moura fez o despacho da decisão na tarde dessa segunda-feira (02/12) e autorizou ainda o recolhimento dos aparelhos celulares dos alvos da operação e que seja feita uma perícia nas contas de WhatsApp e a quebra de cofre se existir nas residências dos envolvidos.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA

Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o prefeito de Bertolínia, Luciano Fonseca, seria o chefe da organização e tinha informação de tudo que era feito.

A esposa do prefeito, Ringlasia Lino Pereira dos Santos, teria sido autorizada a movimentar as contas municipais e seria responsável por fazer as transferências irregulares e de ter recebidos valores significativos em sua conta pessoal.
Ela já ocupou diversos cargos no município, como diretora do Hospital Municipal Rita Martins, secretaria de finança e da assistência social.

Aluízio José de Sousa, pai do prefeito e dono de uma farmácia na cidade, teria recebido valores de grande importância financeira de pelo menos duas empresas, a Attanasio Veículos e Construtora Aparecida LTDA, que, segundo o Gaeco, seria supostamente de recursos públicos desviados. As empresas são de Kairon Tácio e Richael Sousa.

Eliane Maria Alves da Fonseca, mãe do prefeito e secretária de saúde do município, estaria envolvida no desvio de uma ambulância e teria sido dada como forma de pagamento em um débito do filho (prefeito) a Jorge Rodrigo de Almeida Castro, segundo o Gaeco, que afirma ainda que ela seria uma das principais operadoras do esquema criminoso.

O Gaeco disse ainda que Eliane Alves movimentou entre os anos de 2013 e 2018 a quantia de R$ 5.789.329,00 (quase seis milhões de reais) em sua conta bancária através de transações com as empresas Attanasio Veículos e Construtora Aparecida LTDA.
Richael Sousa e Silva, primo do prefeito, foi contratado pela prefeitura de Bertolínia e chegou a receber R$ 212.799,00 da prefeitura que seria de consultoria e assessoria jurídica do município. Ele ainda é sócio da empresa Attanásio Silva Veículos, que mantinha contrato fictício de locação de veículos para a prefeitura com objetivo de lavar o dinheiro desviado, segundo o Gaeco.

Max Weslen Veloso de Moraes Pires, procurador do município, seria um dos principais operadores do esquema criminoso. De acordo com as investigações, Max preparava a documentação jurídica com aparência de legal aos contratos de licitações fraudulentas. Ele é acusado de lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e fraude em licitação em valores que ultrapassam R$ 5 milhões.

Kairon Tácio é sócio-administrado da empresa Construtora Aparecida LTDA e é ex-funcionário dos posto San Matheus (empresa investigada). O Gaeco diz que a empresa prestava serviço de limpeza pública e que movimentou no período da investigação R$ 1.707.324,00 (mais de um milhão) e que Kairon fez diversos repasses a Max Weslen e Richael Sousa. Na empresa não há informações da existência de funcionários, ou seja, para o Ministério Público,  era uma empresa que servia para lavar o dinheiro desviado.

Rodrigo de Sousa Pereira, assessor especial do prefeito, ocupava anteriormente o cargo de diretor do Departamento de Transporte e Serviços Gerais do município e que mesmo com a remuneração de R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais) movimentou R$ 1.309.541,75 (mais de um milhões de reais) através das empresas investigadas pelo MP.
Ronaldo Almeida Fonseca, comissionado no município é contratado do município para a limpeza urbana, mesmo o município já possuir um contrato com a empresa Construtora Aparecida com a mesma finalidade. Ele alega que movimentou apenas R$ 56.622,00 (pouco mais de cinquenta mil reais), mas o MP apurou que essa movimentação em suas contas bancárias foram bem maior chegando a R$ 3.794.257,30 (quase quatro milhões de reais).

OUTRO LADO

O OitoMeia tentou ouvir a defesas de todos os citados nas investigações, porém ninguém fon encontrado para falar sobre o caso.

Ellyo Teixeira

Ellyo Teixeira

Repórter do Portal OitoMeia, contato (86) 9 99592715, e-mail: ellyoteixeira@hotmail.com, Instragam/Twitter: @ellyoteixeira, Facebook: Ellyo Teixeira

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