Presidente estimou que dinheiro vai permitir construção de 530 mil imóveis. Ao todo, banco já destinou R$ 154 bilhões ao setor depois da pandemia
Caixa anuncia mais R$ 43 bilhões em linhas de crédito imobiliário
Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão Conteúdo - 07.04.2020
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta
quinta-feira (9) que o banco deverá liberar R$ 43 bilhões em linhas de
crédito para financiar a construção de imóveis. O presidente estimou que
530 mil unidades habitacionais devem construídas com essa medida.
Com o novo aporte, o total destinado ao segmento imobiliário chegará a
R$ 154 bilhões após a pandemia do novo coronavírus. Até então, a Caixa
havia anunciado R$ 111 bilhões em recursos para bancar a casa própria.
Entre as medidas já anunciadas pela Caixa, uma permite uma pausa de 90
dias (três meses) nos contratos de financiamento imobiliário. Os pedidos
de suspensão nas prestações superavam os 100 mil até o final do mês de
março.
Do total de R$ 111 bilhões, Guimarães afirmou que foram emprestados R$
35 bilhões. Segundo ele, 5,5 milhões de famílias serão beneficiadas e
destacou que a injeção de recursos gera um volume grande de empregos.
"Esta medida é muito importante porque permite que as empresas
continuem trabalhando normalmente, tanto empresas pequenas, quanto
médias e grandes”, disse.
Guimarães explicou que uma das medidas é a carência de seis meses tanto
para pessoas físicas quanto para empresas. "Compra-se um imóvel hoje e
se faz o pagamento no sétimo mês. Isso nunca aconteceu e reforça o
equilíbrio entre o problema de saúde e da economia", afirmou.
"As medidas que estamos anunciando é para toda a carteira de crédito da
Caixa. Todos os contratos estão abrangidos pelas nossas medidas. Em
relação aos R$ 43 bihões, são os recursos disponíveis para a Caixa.
Colocamos o dinheiro na conta para que as pessoas consigam antecipar.
Temos recursos disponíveis para isso”, disse Jair Luiz Mahl,
vice-presidente de Habitação da Caixa.
Além disso, o presidente da Caixa ressaltou também que, hoje, começou o
pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 a 2,5 milhões de
brasileiros. Segundo ele, 2 milhões de brasileiros vão receber o
dinheiro pela Caixa e cerca de 500 mil pelo Banco do Brasil. "O valor
está na conta das pessoas", garantiu.
Pessoas físicas e empresas
De acordo com o Mahl, os beneficiários do Minha Casa Minha Vida e
brasileiros de média renda também terão acesso às medidas. "Além da
pausa de até 90 dias, vamos ofertar possibilidade de pagamento parcial.
Caso não queiram deixar a prestação pausada, é possível solicitar o
pagamento parcial da prestação", explicou.
Além disso, Mahl afirmou que, a partir de segunda-feira (13), no caso
de quem está construindo a casa própria de forma individual, será feita a
vistoria à distância -- portanto, não presencialmente. Isso para
proteger funcionários da obra e do banco em meio à pandemia do novo
coronavírus.
Para as pessoas físicas que não são clientes da Caixa, o
vice-presidente explicou que o banco ofertará 180 dias de carência, de
amortização de juros, nesse período de pandemia. "Nosso objetivo é
manter os contratos ativos e ao mesmo tempo passar esse período, sem ter
problemas mesmo com a prestação em atraso", disse.
As empresas (pessoas jurídicas) que estão construindo o empreendimento
poderão negociar a possibilidade de antecipação de três meses no
cronograma de obra executada "para gerar mais liquidez para a
construtora, tranquilidade no fluxo de caixa e manutenção dos empregos".
As construtoras que tinham feito contrato com a Caixa poderão utilizar
recursos, como financiamentos que não haviam sido utilizados
anteriormente, a partir de segunda-feira.
A obra também poderá ser reescalonada. "Ela pode ser reconfigurada sem
nenhum prejuízo", explicou. Para novos empreendimentos, é possível
manter o planejamento. "Para esses também haverá 180 dias de carência
porque se tratam de investimentos altos e com novas contratações. Também
vamos antecipar 20% do financiamento no início da obra para dar um
fôlego à construtora para iniciar as obras", disse o vice-presidente de
habitação. "É uma forma de manter um setor importante para o PIB
brasileiro."
Edição: Tropical Noticias
Fonre: R7
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