Em 'live' com ministro da Educação, filho do presidente considera 'ousada demais' proposta de manter isolamento até o fim de abril
BRASÍLIA - Em transmissão nas redes sociais com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acusou governadores de quererem derrubar seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, ou desgastá-lo para as eleições de 2022.
O deputado disse ainda que o isolamento social contra o novo
coronavírus não deve durar sequer até o fim de abril, justamente o
período em que autoridades da saúde estimam que o avanço da doença
atingirá o seu pico no Brasil.
"Tem um discurso feito para aproveitar a pandemia e tentar colocar na
conta do presidente Bolsonaro. Seja para tentar retirá-lo do poder
imediatamente, o que eles mais desejam, ou para desgastar até 2022",
disse Eduardo neste domingo, 5.
O deputado chamou de "meta ousada demais" querer o "confinamento" até o
fim de abril contra a covid-19. O Ministério da Saúde, no entanto, tem
planos para abril, maio e junho de quarentena e afirma que alguns
Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Distrito Federal e Amazonas -
estão numa transição para uma fase de "descontrole da doença", quando
não é possível estimar o número de casos pela frente. A pasta da Saúde
orienta que seja mantido o "isolamento amplo".
Eduardo e o ministro da Educação sugeriram que novas pandemias devem
surgir por descuido da China com regras sanitárias. "Eles têm contato
com um monte de bicho que não é pra comer. E comem. E tem muito contato
com porco e frango. Nos próximos 10 anos, vem outro vírus desse da
China? Probabilidade é alta", disse Weintraub.
O acirramento com a China ocorre no momento em que o Brasil depende
fundamentalmente da importação de equipamentos e suprimentos de saúde
para apoiar o combate à doença no Brasil. Diariamente, o Ministério da
Saúde tem procurado formas de garantir a entrega de produtos comprados
da China, que concentra mais de 90% da produção desses suprimentos em
todo o mundo.
Abraham Weintraub aproveitou a live para criticar Fernando Henrique
Cardoso, dizendo que se trata "da outra face da mesma moeda",
referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro da
Educação voltou a dizer que a esquerda aparelhou o ensino no Brasil e
que é preciso revisar o conteúdo das ciências humanas.
Sem dar detalhes, Weintraub disse que o MEC vai anunciar a criação de
novos institutos militares de ensino, a exemplo do Instituto Militar de
Engenharia (IME) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
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