Parte dos testes clínicos necessários para comprovar a eficácia do imunizante já foi concluída

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (13) que
concluiu parte dos testes clínicos necessários para comprovar a eficácia
da vacina desenvolvida por parte do governo para combater o novo coronavírus.
Com isso, o país pode se tornar o primeiro a iniciar a distribuição de
um imunizante contra o vírus, já imunizando a população em agosto.
"A pesquisa foi concluída e provou que a vacina é
segura", disse Yelena Smolyarchuk, chefe do centro de pesquisas clínicas
da Universidade Sechenov, à agência de notícias estatal TASS.
Desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa para
Epidemiologia Microbiologia Gamalei, a vacina, segundo a instituição,
deve entrar em circulação entre os dias 12 e 24 de agosto. O imunizante
foi testado em 38 voluntários com idades de 18 a 65 anos.
>> Testes com a vacina contra novo coronavírus em São Paulo têm início a partir do dia 20, diz Doria
O Ministério da Saúde russo ainda irá realizar testes
bioquímicos da vacina, porém espera finalizar o processo até setembro,
mesmo mês para o qual o Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia
Microbiologia Gamalei prevê o início da produção do medicamento em massa
por laboratórios privados.
Corrida pela criação da vacina contra o coronavírus
A busca de uma vacina contra a covid-19 é uma intensa
corrida de obstáculos planetária marcada por desafios financeiros,
expectativas frustradas e problemas de segurança, de acordo com os
especialistas.
Em seu último comunicado a respeito, em 6 de julho, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 21 vacinas candidatas que
estão em testes clínicos com seres humanos em todo o mundo (contra 11 em
meados de junho).
Um terço dos testes acontece na China. O país, onde
surgiu o SARS-CoV-2, vírus responsável pela pandemia, deseja ser o
primeiro a oferecer uma vacina e não hesita em multiplicar as pesquisas.
Muitos testes estão em fase 1, ou seja, quando a
segurança do produto é avaliada, ou em fase 2, quando a eficácia começa a
ser analisada.
Dois estudos estão em fase mais avançada, a 3, quando a
eficácia é medida em larga escala. São o projeto europeu da
Universidade de Oxford, em cooperação com a empresa farmacêutica
AstraZeneca, e o projeto chinês do laboratório Sinovac, em associação
com o instituto de pesquisas brasileiro Butantan.
Neste último, o governo do estado de São Paulo começará
a testar em 20 de julho a vacina do laboratório chinês em 9.000
voluntários.
Além dos testes já iniciados, a OMS registra 139 projetos de vacinas candidatas que estão em fase pré-clínica.
Quais técnicas são utilizadas?
Algumas equipes trabalham com vacinas clássicas, ou
seja, as inativadas, que utilizam a versão morta do germe que provoca a
doença, ou as chamadas 'vivas', que usam uma forma debilitada (ou
atenuada) do germe que provoca uma enfermidade.
Também existem as vacinas de subunidades, que utilizam
partes específicas do germe, como sua proteína, para oferecer uma
resposta imune.
Há também as que utilizam outros vírus como suporte, o transformam e o usam para combater o que provoca a covid-19.
E por fim, outros métodos novos promissores são
explorados, que usam DNA ou RNA, as moléculas portadoras de instruções
genéticas, para fabricar uma vacina.
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