segunda-feira, 13 de julho de 2020

Vacina russa contra coronavírus pode começar a ser distribuída em agosto

Parte dos testes clínicos necessários para comprovar a eficácia do imunizante já foi concluída

DAY SANTOS/JC IMAGEM
Vacina russa contra novo coronavírus pode começar a ser distribuída em agosto - FOTO: DAY SANTOS/JC IMAGEM
A Rússia anunciou nesta segunda-feira (13) que concluiu parte dos testes clínicos necessários para comprovar a eficácia da vacina desenvolvida por parte do governo para combater o novo coronavírus. Com isso, o país pode se tornar o primeiro a iniciar a distribuição de um imunizante contra o vírus, já imunizando a população em agosto.
"A pesquisa foi concluída e provou que a vacina é segura", disse Yelena Smolyarchuk, chefe do centro de pesquisas clínicas da Universidade Sechenov, à agência de notícias estatal TASS.


Desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia Microbiologia Gamalei, a vacina, segundo a instituição, deve entrar em circulação entre os dias 12 e 24 de agosto. O imunizante foi testado em 38 voluntários com idades de 18 a 65 anos.


O Ministério da Saúde russo ainda irá realizar testes bioquímicos da vacina, porém espera finalizar o processo até setembro, mesmo mês para o qual o Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia Microbiologia Gamalei prevê o início da produção do medicamento em massa por laboratórios privados.

Corrida pela criação da vacina contra o coronavírus

A busca de uma vacina contra a covid-19 é uma intensa corrida de obstáculos planetária marcada por desafios financeiros, expectativas frustradas e problemas de segurança, de acordo com os especialistas.
Em seu último comunicado a respeito, em 6 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 21 vacinas candidatas que estão em testes clínicos com seres humanos em todo o mundo (contra 11 em meados de junho).
Um terço dos testes acontece na China. O país, onde surgiu o SARS-CoV-2, vírus responsável pela pandemia, deseja ser o primeiro a oferecer uma vacina e não hesita em multiplicar as pesquisas.
Muitos testes estão em fase 1, ou seja, quando a segurança do produto é avaliada, ou em fase 2, quando a eficácia começa a ser analisada.


Dois estudos estão em fase mais avançada, a 3, quando a eficácia é medida em larga escala. São o projeto europeu da Universidade de Oxford, em cooperação com a empresa farmacêutica AstraZeneca, e o projeto chinês do laboratório Sinovac, em associação com o instituto de pesquisas brasileiro Butantan.
Neste último, o governo do estado de São Paulo começará a testar em 20 de julho a vacina do laboratório chinês em 9.000 voluntários.
Além dos testes já iniciados, a OMS registra 139 projetos de vacinas candidatas que estão em fase pré-clínica.

Quais técnicas são utilizadas?

Algumas equipes trabalham com vacinas clássicas, ou seja, as inativadas, que utilizam a versão morta do germe que provoca a doença, ou as chamadas 'vivas', que usam uma forma debilitada (ou atenuada) do germe que provoca uma enfermidade.
Também existem as vacinas de subunidades, que utilizam partes específicas do germe, como sua proteína, para oferecer uma resposta imune.
Há também as que utilizam outros vírus como suporte, o transformam e o usam para combater o que provoca a covid-19.
E por fim, outros métodos novos promissores são explorados, que usam DNA ou RNA, as moléculas portadoras de instruções genéticas, para fabricar uma vacina.

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