Paralelamente, fundação aguarda importação de 2 mi de doses prontas da Índia para que Ministério da Saúde inicie vacinação
- Fiocruz depende de insumos da China para envasar vacina.
- 2 milhões de doses prontas vindas da Índia também são aguardadas.
- Ministério prevê início da vacinação a partir de 20 de janeiro
Fiocruz depende de insumos importados da China para iniciar envase de vacina
Divulgação/Fiocruz MinasA chegada ao Brasil do insumo farmacêutico ativo (IFA) necessário para a produção pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) da vacina contra covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca, que estava prevista inicialmente para sábado (9), agora deve ocorrer até o final do mês, informou nesta sexta-feira (8) a instituição.
De acordo com a Fiocruz, o prazo foi estendido por "precaução", mediante trâmites burocráticos para a importação proveniente da China.
Ao mesmo tempo, a Fiocruz está negociando a importação de um número adicional de doses prontas do imunizante, além dos 2 milhões já negociados com o Instituto Serum, da Índia. Segundo a Fiocruz, caso seja possível adquirir mais doses, elas provavelmente também virão da Índia.
As 100,4 milhões de doses previstas para produção em Bio-Manguinhos no primeiro semestre deste ano serão feitas com IFA importado da China, a partir de uma fábrica da AstraZeneca já inspecionada e certificada pela Anvisa no fim do ano passado.
Somente a partir de julho é que a Fiocruz terá concluído as adaptações necessárias para produzir o princípio ativo da vacina. A partir de então, será possível a fabricação de outras 100 milhões de doses.
A Fiocruz encaminhou nesta sexta-feira à Anvisa o pedido de uso emergencial das 2 milhões de doses da vacina que chegarão da Índia.
O objetivo é disponibilizá-las, assim que aprovadas pela agência, ao Ministério da Saúde para que inicie o plano de vacinação.
O governo trabalha, na melhor das hipóteses, em começar a vacinação no país entre 20 da janeiro e o início da fevereiro.
O processo, diferente do registro sanitário (mais amplo e definitivo), tem prazo estipulado pela própria agência para ter um desfecho nos próximos dez dias, desde que não haja pendências.
Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o Brasil depende basicamente da produção nacional da Fiocruz e do Butantan (CoronaVac) para suprir a demanda.
Segundo ele, as importações de vacinas como da Pfizer/BioNTech, Janssen e Moderna resultariam em quantidades muito pequenas para um programa de vacinação de mais de 150 milhões de pessoas.
A vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford tem eficácia média de 70,4% para proteger contra a covid-19 e "perfil de segurança aceitável", de acordo com uma análise preliminar dos resultados da última fase de testes em humanos publicada na revista científica The Lancet.
A proteção foi de 62,1% para os voluntários que receberam duas doses completas do imunizante e subiu para 90% entre aqueles que receberam meia dose seguida de uma dose completa no intervalo de um mês.
Entretanto, a AstraZeneca admitiu que o esquema que mostrou maior eficácia ocorreu devido a um erro.
A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, afirmou, em entrevista ao R7, que a constatação mais importante é a de que nenhum dos participantes que tomou a vacina teve quadros graves de covid-19.
"Então, é uma vacina que se mostrou altamente eficaz para as doenças graves, diminuindo assim a necessidade de hospitalização", explicou.
Ainda segundo a análise dos estudos clínicos, a vacina tem poucos efeitos colaterais e eles "são menores em intensidade e número em adultos mais velhos, com doses mais baixas, e após a segunda dose".
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