
As imagens que se vê nesta matéria são da rodovia PI-110, que faz a ligação entre as cidades de Barras e Batalha, numa extensão de 35 quilômetros. Estamos em 7 de maio de 2022. Nesta data, recebemos o vídeo que apresentamos aos nobres leitores e espectadores. Uma demonstração inequívoca de como não se deve governar.
A explicação é simples. O governo do estado de Wellington Dias e Rafael Fonteles, ambos do PT, através do programa Pro Piauí, supostamente de desenvolvimento, mas que na prática tem a finalidade única de fazer campanha política antecipada e ilegal para os elementos mencionados, aplicou nada menos que R$ 6 milhões no final de 2021 com a sua recuperação, em um asfaltamento de qualidade mais do que duvidosa.
As imagens valem mais do que palavras. Dizer que isso é uma vergonha é muito pouco para demonstrar o espírito de indignação que nos atinge neste momento. O valor absurdo foi pago para a Construtora Renata, pertencente a um primo do senador Marcelo Castro (MDB), atual donatário do DER/PI (Departamento de Estradas de Rodagem). De acordo com o extrato de contrato n° 014/2021, publicado no Diário Oficial do Estado, foram pagos efetivamente para a aludida empresa a quantia de R$ 5,980 milhões. No Siafe, o contrato tem o n° 21004265.
O contrato foi assinado pelo então diretor geral do DER/PI, José Dias de Castro Neto, e pelo representante legal a Construtora Renata, Lourival Nogueira de Araújo Filho. O objeto é a execução dos serviços de restauração com a pavimentação asfáltica em Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). A obra foi deflagrada em 3 de setembro de 2021, conforme ordem de serviço que estipula prazo de 150 dias para a conclusão da obra.
Várias outras empresas de familiares do senador mantêm contratos com o governo do PT no Piauí. São elas: construtoras Icaraí, de Mathias Neto Maia Machado e Castro —filho de um dos donos da Jurema e sobrinho de Marcelo Castro—, e Renata, de Lourival Nogueira de Araujo Filho, primo dos Castro; além da própria Jurema, pertencente aos empresários Humberto Costa e Castro e João Castro, irmãos do senador. No dia 13 de janeiro do ano em curso, o jornal Folha de São Paulo estampou a seguinte manchete: “Filho de senador mantém contratos milionários com parentes em governo petista.” E assinalou: “Indicado por Marcelo Castro comanda DER da gestão Wellington Dias no Piauí e diz ser contra contratação, mas não pode barrá-las.”
“Licitações de DERs de outras unidades da federação, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além das do Dnit (o órgão nacional de infraestrutura de transportes), proíbem expressamente a participação de empresas de familiares de dirigentes dos órgãos. Essas vedações são baseadas, entre outras normas, na súmula 13 (antinepotismo) do Supremo Tribunal Federal e na lei 12.813/13, que dispõe sobre conflito de interesses na administração federal”, diz o jornal.
Todos aqueles que foram citados na matéria e queiram se manifestar terão total espaço para se posicionarem. (Toni Rodrigues)
Nenhum comentário:
Postar um comentário