
Os
seguranças do ex-governador e pré-candidato a senador Wellington Dias
(PT) empurraram e agrediram professores e jornalistas nesta terça-feira
(31/5) durante a abertura dos festejos de Santo Antônio, em Campo Maior,
a 82 km de Teresina.
A
professora Marcilene Lima lamentou a postura da equipe do
ex-governador, que tentou afastar violentamente os professores em greve
há 100 dias porque o governo do PT no Piauí se recusa em repassar os
valores do reajuste de 33,24%, atribuídos pelo Ministério da Educação.
Logo
ao chegar em Campo Maior, por volta das 17h30min, os políticos da
caravana de Wellington Dias e Rafael Fonteles, pré-candidato a
governador pelo PT, foram cercados pelos professores aos gritos de
caloteiro e mentiroso. Os seguranças se colocaram à frente dos
manifestantes e jornalistas e impediram a todo custo que eles se
aproximassem do ex-governador, que estava vestindo uma camisa azul
ciano, cor muito diferente do tradicional vermelho, que ele está
acostumado a vestir e que caracteriza o seu partido, o PT.
Todos
os outros políticos da caravana de Wellington e Rafael Fonteles estavam
vestindo camisas brancas. Poucos estavam vestindo camisa vermelha. Isso
indica que a maioria, no partido, está renegando o PT, o que ocorre por
conta da alta rejeição ao partido e suas cores. Eles agora utilizam
cores que procuram identificá-los com a bandeira brasileira, como azul,
verde, amarelo e branco.
Participaram
do grupo na procissão de abertura dos festejos além de Wellington e
Rafael Fonteles os ex-prefeitos de Campo Maior, Paulo Martins, agora no
partido Solidariedade (PSOL), e Professor Ribinha, implicado no
escândalo Topique, que constitui um dos maiores escândalos de desvios
nos recursos da Secretaria de Educação do Estado, e também de vários
municípios, dentre os quais Campo Maior; Florentino Neto, ex-secretário
de Saúde, deputado Francisco Limma, dentre outros.
O
jornalista Efrém Ribeiro, do Portal e TV Piauí, disse que tentou se
aproximar de Wellington Dias e não conseguiu porque foi empurrado e
agredido pelos seguranças do ex-governador. A segurança de Wellington
Dias tem histórico de violência.
Em
2017, seguranças do ex-governador, juntamente com seguranças do
ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, agrediram violentamente o
engenheiro Herbert Matos. Ele foi jogado na sarjeta depois de espancado e
quase perder um olho.
Os
professores da rede estadual têm acompanhado Wellington Dias aonde ele
vai para protestar contra sua atuação no governo do estado e sua recusa
em repassar o reajuste atribuído pelo governo federal ao longo de três
anos seguidos (2019, 2020 e 2022; 2021 não houve reajuste por causa da
pandemia).
O
governo petista não dá o reajuste alegando que já paga o piso nacional.
E o faz por vincular os valores da regência aos contracheques dos
professores, o que é considerado um ato ilegal pelo Sinte/PI (Sindicato
dos Trabalhadores em Educação).
A
professora Francileide Bona disse que a repressão da segurança do
petista contribui para tornar o movimento ainda mais forte. Em
Esperantina, há duas semanas, o ex-governador foi protegido pela Polícia
Militar. (TR)
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