Operação contra corrupção no Brasil foi esvaziada pelo STF, que anulou diversas ações criminais e condenações.
Nesta
sexta-feira (17), a operação Lava Jato completaria 9 anos. Neste mesmo
dia, em 2014, uma operação da Polícia Federal (PF) em conjunto com o
Ministério Público Federal (MPF) foi deflagrada para investigar
corrupções ativa e passiva, sobretudo envolvendo a Petrobras.
Um
dos principais acusados tornou-se presidente da República. Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) foi condenado criminalmente em várias instâncias,
ficou quase 600 dias na cadeia, mas teve seus processos anulados pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) e recuperou seus direitos políticos.
Outro
grande símbolo da força-tarefa, o ex-governador fluminense Sérgio
Cabral, réu confesso, já havia sido condenado a mais de 400 anos de
reclusão, mas conseguiu se livrar – também por decisão do STF – e já
retornou para o seu apartamento com vista para o mar em Copacabana, no
Rio de Janeiro (RJ). Está solto desde 9 de fevereiro deste ano.
Passados 9 anos após a primeira operação, não há políticos e empresários relevantes que ainda estejam atrás das grades em 2023.
No
caso de Lula, não houve absolvição em todos os processos. O STF decidiu
pelo envio das ações para a primeira instância de Brasília (DF),
declarando a incompetência do foro de Curitiba (PR), onde ele havia sido
julgado. Em resumo, um “problema de CEP”.
Apesar
dessa transferência para a capital federal, não haverá tempo para
julgá-lo novamente. Isso porque muitas ações já prescreveram pelo
decurso de prazo ou por causa da idade do petista, atualmente com 77
anos.
Em
entrevista recente ao Poder360, o ex-juiz federal Sergio Moro, hoje
senador da República pelo Paraná, filiado ao União Brasil, responsável
por julgar diversos políticos quando era magistrado, afirmou que a
situação atual do combate à corrupção é ‘desanimadora’ e que ainda há
‘uma longa estrada pela frente’.
—
Houve de fato uma reação política forte que acabou enfraquecendo esse
combate à corrupção. E hoje nós temos essa situação, que é desanimadora,
de pessoas condenadas já em liberdade e de casos criminais que foram
anulados, sentenças por formalismo e tecnicalidades, o que significa que
temos uma longa estrada pela frente — disse o agora parlamentar.
(Folha do Estado)
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